Marcantónio Del Carlo Marta Nunes
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*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
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- Sim, mas mesmo quando estamos num projecto juntos, deixamos o trabalho à porta. A Marta é uma actriz muito exigente e alguém em quem eu confio, mas não por ser minha mulher. É uma pessoa que sabe muito bem o que faz. E no acto da pesquisa e da criação é uma pessoa que vale a pena ouvir. É uma mais valia trabalharmos juntos. INTIMIDADES - Quem convidaria para um jantar a dois? - O ministro das Finanças [Vítor Gaspar]. E pagava ele. - Quem é para si a mulher mais sexy do mundo? - A minha mulher [a actriz Marta Nunes]. - O que não suporta no sexo oposto? - Tenho duas mulheres em casa e não há nada que não suporte. - Qual é o seu maior vício? - O vinho e os livros. - Qual o último livro que leu? - 'O filho do Vento', de Henning Mankell. - O filme da sua vida? - É impossível escolher, há tantos. Desde o 'Casablanca', 'A Vida é Bela', 'O Ladrão de Bicicletas'… - Cidade preferida? - Tenho várias. Gosto muito de Lisboa, da Ericeira, onde vivo agora, e de Viareggio, em Itália. - Um desejo? - Que a crise acabe rapidamente e que as pessoas tenham calma, apesar de tudo.
- No seu caso pessoal, em que é que sente a crise? - A crise afecta-nos a todos. Eu, felizmente, sou uma pessoa que tenho trabalho, mas o que há à nossa volta socialmente é extremamente perigoso e eu não sei se as coisas não vão descambar. Quando a luta for não pelo segundo ou terceiro telemóvel, mas sim porque não há sopa na mesa, as coisas podem ser muito complicadas. - Continua a ser um actor exclusivo da TVI. Sente que isso lhe dá uma outra segurança? - Sim, mas isto é uma coisa que vai acabar. Nada é para sempre. Para já, sim, estou com a TVI, o que não quer dizer que não vá para outro canal, de futuro. Claro que enquanto o contrato durar é um privilégio, mas a verdade é que, ao contrário das outras pessoas, nós, actores, sempre vivemos em crise. Esta coisa de não termos o que fazer quando terminamos um projecto é uma coisa com a qual eu convivo há quase 25 anos. Não me assusta. - Para quando o seu regresso às novelas da TVI? - Não posso dizer. Está no segredo dos deuses. - Mas já tem saudades de fazer televisão?
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– O Marcantonio ganhou uma família, a Marta e a Salomé… Como tem sido? Marcantonio – Muito bonito. Não é fácil educar uma criança, mas todos os dias descubro coisas novas e percebo que os meus problemas são relativos comparados com a Salomé. Marta – Foi algo que se construiu e conquistou. Salomé, Marcantonio del Carlo e Marta Nunes Catarina Larcher – O Marcantonio fala um pouco como pai da Salomé…. Marta – Foi algo que surgiu naturalmente. A Salomé e o Marcantonio gostam muito um do outro e surgiu de uma forma muito natural, como só as crianças conseguem. Marcantonio – Na minha geração é que havia o tabu dos padrastos, hoje em dia isso já não acontece, e ela vê um pai de uma maneira e outro de outra. Foi ela que decidiu que seria assim quando me perguntou se me poderia tratar por papá. Foi algo natural que não criou qualquer espécie de atritos, nem com o pai biológico nem comigo. – Com certeza que para si essa foi uma ocasião muito especial… – Absolutamente, foi como ter visto a Salomé a nascer.
Depois, entrei para o conservatório, uma coisa puxa a outra e acabei por ficar. Mas lá está, tudo na minha vida acontece por acaso, não é premeditado. - E hoje sente Portugal como a sua pátria? - Para mim, que já estive em vários locais, Portugal continua a ser um grande país para se viver. - Quando trocou Lisboa pela Ericeira, foi pela necessidade de procurar a calma na sua vida? - Acho que tem muito a ver com a idade. Eu vivi muito a noite até aos 32 anos. Depois, com o ritmo de trabalho e os quase 15 anos de televisão que tenho, apeteceu--me chegar a casa e não ter de andar à procura de um lugar para estacionar, apeteceu-me ver o mar. Apeteceu-me chegar ao fim-de-semana e dar uma volta com a minha filha sem pensar que trajecto tenho de fazer para fugir ao trânsito. Uma grande cidade pode tornar-se, aos 40 anos, num grande problema. E o que a Ericeira tem de giro é que saímos à rua e conhecemos toda a gente. - Com uma vida profissional agitada, diz que só se consegue encontrar com a família na cozinha... - É uma família de cozinheiros [risos].
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A minha filha está agora a dar os seus primeiros passos e já consegue fazer uma omeleta. A cozinha é a grande referência lá em casa, porque é o momento em que estamos todos juntos, quando a Salomé [10 anos] vem das aulas. É onde partilhamos muita coisa, e a comida acaba por ser sempre um pano de fundo. Mas isso acontece também com os meus amigos, ficamos todos na cozinha. Acho que é uma coisa muito italiana. - Nunca pensou em desenvolver esse seu gosto profissionalmente? - Não, sou um cozinheiro amador. Faço um pouco de tudo: um bom caril de gambas, massas e coisas no forno. Gosto muito de variar e experimentar… - Casou-se há cinco anos com Marta Nunes e acabou por 'ganhar' uma filha [Salomé, de dez anos, fruto de uma anterior relação da actriz]... - É verdade, e a paternidade é um grande desafio, o maior de todos. Muito maior do que fazer teatro ou sobreviver à crise. O grande desafio é educar e dar atenção a uma criança. - Quais foram as maiores dificuldades que encontrou nesse papel?
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Mudou-se para a Ericeira para fugir à confusão das grandes cidades e, amante da culinária, passa horas em família na cozinha. Aos 46 anos, o actor Marcantónio del Carlo assume-se um homem pacato, que vive para a carreira e, claro, para a filha, Salomé, de 10 anos, que 'ganhou' da sua relação com a actriz Marta Nunes. - A sua última aparição televisiva foi na telenovela 'Remédio Santo' (TVI). Que projectos tem em mãos actualmente? - Vou estrear uma peça no Teatro Nacional, em Janeiro, em que a minha mulher [a actriz Marta Nunes] também entra. É um espectáculo que fala um bocadinho do que é o mediatismo em Portugal e onde é que acaba a fronteira entre o que é ficção e realidade. E o quão perigoso isto pode ser. Como é que as pessoas se podem iludir com isto tudo e acabar por ter problemas sérios. - Alguma vez se sentiu deslumbrado pelo mundo mediático? - Não. Por exemplo, costumo ir passar férias a Itália, para a cidade onde vivi até aos 15 anos [Viareggio], e a partir do momento em que entro no avião já ninguém me conhece, a não ser as pessoas da TAP.
A FLASH! sabe que o ator era um dos convidados para o jantar da equipa da telenovela 'Espelho D'Água', SIC. Marcantónio Del Carlo e a ex-mulher, Marta Nunes, foram casados durante 7 anos, mas já dividiam a vida há 11. Quando fez o anúncio da separação, em maio, o ator revelou que os dois continuariam "grandes amigos" e que iriam ter sempre a filha Salomé, de 15 anos, para os manter unidos. Comentários Por favor faça aqui o seu login. Caso não esteja registado no site do Flash, efectue o seu registo gratuito.
- Sim, já tenho saudades de fazer um projecto em televisão e espero que a TVI rapidamente me coloque num deles. - Gravou recentemente um filme em Espanha e outro no Brasil. Como correu a experiência de trabalhar no estrangeiro? - Foi uma experiência muito interessante. Foi giro sair daqui e ir trabalhar com profissionais que são completamente diferentes de nós. Quer dizer, a maneira de fazer cinema é igual. A grande diferença são os meios... E depois, devido às contingências que estamos a atravessar, acho que é sempre bom trabalhar lá fora. Mas não se pense que é fácil, não é o 'El Dorado'. - É muito orgulhoso dos seus êxitos? - Esqueço-me deles muito facilmente. Não sou nada pegado ao passado, mas sim ao presente. - Nasceu em África, no Zimbabwe, viveu em Itália até aos 15 anos, altura em que veio para Portugal. O que resulta desta mistura? - Resulta não ter nenhuma preocupação com as mudanças. Por exemplo, há seis anos mudei de vida e fui morar para a Ericeira e, se for preciso, daqui a seis anos vou viver para outro sítio qualquer.