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I - Antes da crise A Loja dos Ditos é um gourmet que fica na Rua Padre António Vieira, nº 9 E, ali mesmo a chegar ao Alto de Campolide, em Lisboa. Era uma zona residencial com bom poder de compra e, para além do mais, com bastantes serviços. Naturalmente, a loja vendia bem. Vinhos, aguardentes velhas, chocolates, trufas, doces, chás, bolachinhas, tudo produtos de excelente qualidade e difíceis de encontrar noutro lado. Não havia mãos a medir. II - A crise a chegar ao Alto de Campolide Entretanto, o cenário alterou-se. Com a reforma da Função Pública do Governo Sócrates, muitos dos clientes que trabalhavam no Ministério da Agricultura, que fica mesmo ali ao lado, foram enviados para casa em "mobilidade especial" e deixaram de aparecer na zona. Outros, os que ficaram, inseguros quanto ao seu futuro e com o poder de compra a ser comido pela subida da prestação da casa e pela lei marcial que foi aplicada pelo mesmo Governo à progressão nas suas carreiras e à actualização dos seus salários, deixaram de poder aparecer na loja.
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Peço desculpa à senhora ministra Maria de Lurdes Rodrigues, hoje, no Parlamento: " Peço desculpa aos senhores professores por ter provocado tanta desmotivação, mas é do interesse dos pais, dos alunos e das escolas. Espero que possam beneficiar desta disponibilidade dos professores para estarem mais tempo nas escolas", afirmou a ministra. "Precisava ou não o país de fazer alterações às reformas de todos os funcionários públicos? Precisava ou não o país destas horas de trabalho dos professores? " Peço desculpa à senhora ministra, mas precisaria o país do aumento da idade de reforma dos funcionários públicos, quando, depois disso, o Governo se deu ao luxo de perder mais de 250 milhões de euros de jogar em bolsa e em operações de idoneidade duvidosa o dinheiro das reformas dos portugueses? Terá mesmo valido a pena? E valerá a pena que os professores estejam mais tempo nas escolas a preencher papelinhos e papeluchos em vez de se concentrarem na tão necessária preparação de aulas? O país agradeceria, sim, se estas questões fossem devidamente ponderadas.
Nesta crise há responsabilidades políticas do actual Governo que não podem ser descartadas. 2. Só depois a crise se estendeu ao sector financeiro que, tal como os cidadãos, que quiseram manter os seus padrões de consumo, e o Governo, que não abdicou de manter as extravagâncias da nação, quis também manter o aumento do seu volume de vendas e o ritmo de valorização das suas cotações em bolsa, vendendo a crise em pacotes de títulos sem qualquer valor, ou melhor, com o valor altíssimo dos prémios de risco imensos, dos quais ainda retiraram proveitos. 3. O Sr. Anacleto do banco vai notar os efeitos das políticas de injecção de liquidez que estão a ser seguidas a nível mundial para restabelecera "confiança dos mercados". Os clientes da Loja dos Ditos vão continuar na penúria e com a confiança em forte baixa. O que está a ser feito, regar as nuvens, rezar e esperar que chova, só por si, não servirá de nada. Há também que regar directamente a terra, inverter a tendência de regressão social de perda de poder aquisitivo e de direitos sociais que se sacrificaram em nome dos lucros das grandes empresas e de uma falsa modernidade que só obteve sucesso no aumento das desigualdades e da concentração de riqueza.
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"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, a criança abandonada e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. " Bertolt Brecht (1898-1956)
Mesmo que o Governo ganhasse o braço de ferro com os professores, haveria mais quatro anos a somar aos 30 anos de Sócrates e, até lá, o seu sistema "absolutamente fundamental" para a melhoria do sistema educativo apenas se notaria nas montanhas de papelada e na pioria da qualidade das aulas mal preparadas, resultado do tempo gasto nas mil e uma reuniões e nas tarefas burocráticas para fazer crescer a dita. Consciência resistente " Nada me pesa na consciência em termos de ter cometido qualquer acto para ter contribuído para esta situação ", afirmou ontem à noite Vítor Constâncio no Parlamento, onde foi explicar aos deputados as irregularidades no BPN que levaram à nacionalização do banco e dizer que não abdica de um dos salários mais altos pago pelo Estado português. Mais de 272 mil euros anuais formaram uma consciência resistente às acções e imune às omissões que não são contempladas nos serviços prestados por contrapartida de um rendimento tão parco que pesará apenas ligeiramente no bolso do ilustre imunizado.
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Na altura eu era ainda um ingénuo adepto da União Europeia e aquilo era para mim a Europa. Não só a liberdade de circulação, mas a corporização da própria liberdade dos cidadãos, da confiança na sociedade, da cooperação e da solidariedade entre os estados. Eu era então, como me considero ainda hoje, um europeu e um europeísta. Nascido entre dois países e duas línguas, educado entre quatro línguas, habituado a desconfiar de todos os nacionalismos, a ideia de uma Europa que transcende os seus países sempre me foi cara. É por isso que, na próxima quinta-feira, quando conhecermos os resultados do referendo no Reino Unido, eu espero ardentemente que o resultado seja a vitória do "Brexit". Não porque penso que o Reino Unido vá ficar melhor fora da UE. Não porque pense que a UE vai ficar melhor sem o Reino Unido. Mas apenas porque espero que a saída do Reino Unido seja o choque que irá provocar o abalo político, o exame de consciência e o toque a rebate democrático de que a União Europeia precisa para se reformar de forma radical e para se reconstruir, num formato e com regras diferentes, sob o signo da decência.
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«Era um dia de Primavera de 1995. Atravessei de carro a ponte sobre o rio Minho, ao pé de Valença, em direcção à cidade galega de Tuy, e não aconteceu absolutamente nada. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Eu estava habituado a entrar em Espanha depois de parar na fronteira, esperar numa bicha interminável de carros e camiões, mostrar o passaporte, responder a perguntas dos guardas e deixar o carro ser revistado antes de poder seguir caminho. E a travessia desta fronteira despertava sempre recordações de antes do 25 de Abril, onde a espera era ainda mais demorada, as perguntas mais agressivas, os polícias mais desagradáveis e as revistas mais rigorosas, principalmente para os jovens que tinham de apresentar os seus documentos militares em ordem e podiam estar a preparar-se para fugir à guerra colonial. Foi por isso que atravessar a ponte e entrar em Espanha sem ver um único polícia, sem ver um posto de fronteira, sem mostrar um documento, foi uma experiência inesquecível.
4. Podem visitar a Loja dos Ditos e deliciarem-se com tudo o que por lá se vende. A morada vem no início do post, a loja existe mesmo, só que não vende a crédito, evidentemente, nem tão pouco os preços foram aumentados. É um excelente local para adquirir prendas originais ao alcance de todas as bolsas. Vale bem o passeio.
A questão é que a UE é uma organização antidemocrática, que não só é governada por dirigentes não eleitos e não removíveis, da Comissão Europeia ao Banco Central Europeu, como construiu ardilosamente uma camisa de forças jurídica, sob a forma de tratados irreformáveis de facto, através da qual manieta e subjuga os Estados-membros e lhes impõe políticas que estes não escolheram, mas não podem recusar. A questão é que a UE e as suas instituições se transformaram na tropa de choque do poder financeiro mundial e da ideologia neoliberal e, apesar das suas juras democráticas, impõem a agenda asfixiante da austeridade e proíbem de facto os países de prosseguir políticas nacionais progressistas mesmo quando elas são a escolha democrática dos seus povos. A questão é que a UE, autoproclamado clube das democracias e dos direitos humanos, acolhe no seu seio sem um piscar de olhos países que desrespeitam os direitos mais básicos e adopta no plano internacional a Realpolitik de se submeter aos mais fortes, obedecer aos mais ricos e fechar os olhos aos desmandos dos mais agressivos.